terça-feira, abril 03, 2007

LUTO

Olá Princesa!

São três anos que se cumprem hoje desde que partiste.

São, até hoje, 1095 dias sem te ver. Eu conto-os porque cada um deles conta como uma eternidade.
Há muito tempo a separar-nos mas muito amor a unir-nos!

Sabes?
Hoje estou de luto.
Hoje estou contigo.
Como sempre, vivo numa alegria triste. Triste por ter perdido o teu convivio, mas alegre por saber que estás sempre comigo.
Hoje e para sempre vivo revoltado por não saber quem combater, frustrado por nada ter podido fazer, falhado por não te ter podido defender e pobre, principalmente muito pobre por nada ter tido para te oferecer, nem que fosse a minha vida que nada vale sem ti.

Saíste um dia de perto de mim para te exilares nesse teu castelo de mármore fria. Moras agora na torre mais alta do castelo, e todos nós, embora saibámos que estás aí, não te podendo ver, vivemos uma vida vazia de sentido, vazia de ambições, vazia de futuro, vazia de felicidade porque está vazia de ti.

Faz-me falta o teu sorriso, faz-me falta a tua voz, faz-me falta o teu abraço, faz-me falta o teu olhar, faz-me falta a tua autoridade, faz-me falta a tua presença, fazes-me falta tu. Por ti. Por todos nós e por tudo o que és para mim e para todos aqueles que ainda te amam.

Não devias ter ido embora tão cedo. Devias ter ficado para melhorar este pedaço de chão. Devias estar cá para tentar mudar este mundo imundo, impuro e indigno de ti.
Eu sei que lutaste até ao último momento, e que não dependeu de ti a partida, mas foste embora cedo demais, princesa!

Quem me ouve, ou quem me lê, deve achar que eu falo de ti de uma forma apaixonada só por ser teu pai, mas tenho a certeza que todos os que te conheceram estão de acordo comigo, e sabem que não exagero. Foste grande por cá, e continuas a sê-lo. Tu tinhas uma grande missão aqui que não te foi permitido concluir. Por quem? Não sei. Só sei que seja quem fôr, eu odeio-o com todas as minhas forças.

Estou de luto, hoje. Hoje como em todos os dias 3 e todos os demais. É-me indiferente a data, fazes-me falta todos os dias a todas as horas. Estou de rastos por não estares cá, mas tenho que me manter de pé por ti e alegre por teres estado comigo. Por um dia, que fosse, teria valido a pena! Quem te conheceu, ficou marcado para a vida. Nem que tivesse sido por uma hora. É essa a chama que me vai aquecendo mas também consumindo lentamente.

Espera por mim princesa. Espera, que um dia eu hei-de sair da masmorra para me juntar a ti.
Até lá, vai-me vigiando, porque eu não estou certo que esteja no bom caminho ou talvez tenha a certeza que estou no mau. É bem mais largo...
São 3 anos, princesa. Três longos anos. São já demais mas sabe-se lá quantos mais nos esperam...

Hoje, e em todos os dias da minha vida, dedico-te uma música. Dedico-te uma vida inteira, mas hoje deixo-te com um coro e com um génio que como tu partiu novo. Hoje já chega de escrita e tudo o mais que tenho para te dizer vou dizer-to em sonhos de luz. Vives em cada nota que ouço nesta música e quanto ao génio, se o vires por aí diz-lhe, que tal como tu, ele também ainda não morreu nem morrerá porque é maior que o tempo.

Deixo-te hoje com Mozart.
Beijos princesa. Mil beijos para ti. Vermelhos e quentes como sempre porque o coração pode estar negro de dor mas os nossos beijos serão sempre vermelhos de paixão...

Amo-te muito!!!




2 comentários:

Lurdes Pereira disse...

Um beijo grande...hoje é só!
No silêncio ouço-a melhor...

Anónimo disse...

Vim cá ter através de outros blogs, fiquei com um grande nó na garganta e lágrimas a correr pela face... desejando que nunca sinta a dor que sentes.

Um abraço muito apertado!

Mar