domingo, setembro 30, 2007

Reflexo


Procuro-te na areia e encontro-te...



Em reflexos de luz dourada
No estrondo de cada onda
Nos brancos da leve espuma
Na constância das marés
Na força de cada rocha
E na brisa que me afaga o corpo



Junto do mar encontro-te...

E é difícil regressar...

Espera-me junto ao mar...

Voltarei...

sábado, setembro 22, 2007

Crepúsculo...


Com um poente crepúsculo chegaste e na pele senti o teu macio.
O calor que teima em esconder-se no horizonte leva consigo a luz que me impede de fitar os teus olhos.
Só a noite revela o pleno do teu brilho e nela sinto no frio da distância o amargo da saudade.
Enquanto a brisa atravessa com desprezo o meu corpo, o mar desfaz o chão em que os meus pés se firmavam.
Estico-me para te tocar, até te tocar!
Não me importa que a areia me engula desde que possa sentir-te. Mesmo que ao de leve, como se de um sonho se tratasse vou recordando o cheiro da tua pele e o brilho dos teus olhos. Apenas confirmam as memórias que trago sempre encostadas ao melhor de mim.

Só na noite que passa em mim sinto a falta do dia que já vivi, mas apenas com ela descubro que sou dono do céu.




AMO-TE MUITO

quarta-feira, setembro 19, 2007

Ampulheta...

A areia informa-nos, não nos determina...

domingo, setembro 16, 2007

Corrente...


Olá Estrelinha!

A vida vai indo...
Vai andando...
Os dias vão correndo. Sempre... Alinhados, uns atrás dos outros sem vacilarem nem um segundo.
Sinto-me como uma folha que se deixa ir na corrente. Que se deixa arrastar pela força da gravidade e do correr das águas que me empurram inexorávelmente até à foz.
Não gosto da sensação de não poder voltar atrás e determinar de outra forma o meu caminho.
Sinto-me aflito por não saber a distância do mar, mas a aflição maior é a de não saber ao certo se desejo que esteja perto ou que esteja longe.
Sinto que um farol lá estará, no fim, à minha espera, mas sei que não é certo se ficarei no remanso junto à costa ou se seguirei para alto mar onde não mais avistarei a tua luz.
É por isso que me vês, por vezes a chegar-me à margem e a tentar agarrar as pedras sábias que a debruam e me dão a segurança de mais um tempo perto de ti. Mas elas não me querem, empurram-me para o meio do rio, onde a corrente é mais forte e o tempo passa mais rápido.
Não sei durante quanto tempo poderei controlar o meu caminho. Não sei se vai demorar o sal do mar.
Viver sem a tua imagem mas sentindo a tua luz eu posso, ser empurrado para o alto mar e deixar de receber os reflexos de ti eu não concebo.
Sei que vou viver o resto dos meus dias neste sufoco e só me resta guardar no baú das recordações os momentos em que me sinto iluminado pelo teu brilhar para que quando, de noite no alto do oceano a escuridão imperar e as ondas me cubrirem consiga elevar a cabeça, tentar respirar e abrir os olhos, procurando o teu azimute.
Sei que navego em águas por vezes calmas, por vezes revoltas, mas sinto que estarei em zonas profundas onde não há maneira de caminhar para a terra firme que se encerra em ti.
Sinto-me já um náufrago com os pés bem assentes no chão mas sem hipótese de me salvar pois a terra firme não é mais a minha casa.
Sou alguém no meio da ponte que liga o amor à luz, que liga o conforto ao prazer. Sou alguém que não sabe o caminho. Sou alguém que está preso pela raiz ao chão mas cujos ramos passam já para lá do infinito.
Sinto-me preso aqui e sinto que não sou daí.
O que faço?
Dá-me luz...

quarta-feira, setembro 05, 2007

Mensagem...

Olá princesa...

Como sabes não tenho vindo cá escrever-te, mas tenho passado sempre por aqui.
Todos os dias cá volto e em todos eles me apetece muito falar contigo.
Há muita coisa a dizer, mas há alturas em que as palavras não fluem, ou não querem fluir...
Encostamos os dedos ás letras, mas elas teimam em deixar em branco o papel de vidro.

Há fases em que queremos guardar só para nós os sentimentos. Encerrar o coração no baú para que se liberte do cheiro ácido do mundo e se impregne de novo na nossa essência interior.
Há momentos em que não nos apetece mostrar tudo, queremos partilhar a dois... Só a dois!

Hoje quis meter a mensagem na garrafa, fechá-la e atirar com ela para longe, esperando que as marés a transportem ao destino...
Quando aí chegar, tira-lhe a rolha com cuidado e sente o ar que se solta do vidro. Sente-o e manda para cá a tua mensagem, embrulhada em sonhos de luz.
Ficarei na praia atento, assistindo à força do mar, sentindo o seu poder.
Esperarei na areia, por ti. Pensando em ti...

Tentando procurar por entre o fresco da maresia sinais do teu perfume.
Sei que vai chegar com o pôr do sol.

Sei que vai trazer um sorriso.
E sei que transportará o teu odor...

Sei que vai chegar...

Em breve?
Não sei...
Deixa-a viajar.


Eu espero!

AMO-TE MUITO