quinta-feira, março 26, 2009

Coração apertado...



Olá princesa!


Sabes, hoje como em todas as vezes que cá venho escrever, venho contar-te o meu dia, a minha história, o que sinto e os apertos que tenho...

Hoje vi na RTP um programa que mexeu comigo. Um programa que mexeu no meu mais profundo interior.

A "Grande Entrevista" de Judite de Sousa foi hoje com uma mãe que perdeu um filho.

Nos primeiros 5 minutos da entrevista cheguei a mudar 2 ou 3 vezes de canal para que não sentisse de novo em mim a ferida que por vezes finjo não ter... Passado esse tempo ouvi atentamente o desenrolar da conversa e desisti de esconder-me de mim próprio. Desisti de pensar que não morri contigo e deixei-me levar por onde a televisão me queria levar.

Há coisas que são dificeis de sentir e de ouvir pois retratam na perfeição os sentimentos que nos assaltam, que nos esvaziam o peito e nos enchem os olhos de saudade...

Só quem sente o que sentimos pode saber como é Eterno este amor que sentimos pelos nossos filhos. Como é complicado transportar entre dimensões um sentimento que atravessa o universo mas que chega desde aqui até aí e é recebido como se desde o meu lado se manifestasse.

Não é fácil concentrar nas memórias todos os momentos que poderiamos ter vivido numa vida inteira.

Assisti, firme mas, como sempre que penso que infelizmente não sou o único que tem esta ferida, claudiquei... Caí. Sabendo que amanhã me voltarei a levantar e que enfrentarei novamente este mundo que já foi o teu.

Sabes Princesa, não tem sido nada fácil! Cada dia que passa a saudade aperta mais e mais. A ausência cresce e as falta do sentir nosso o futuro é uma espada que nos trespassa quando nela pensamos.

Cada vez que vejo e ouço gente a falar de tudo aquilo que nos sucedeu percebo o porquê do céu ser um cenário tão iluminado. Cada um tem a sua luz e cada qual acha que a sua estrela é a mais cintilante. Sabes o que penso sobre isso, acho que é mesmo assim!

De cada vez que olho o céu tu estás lá, a brilhar para mim e o teu brilho é cada dia maior!

A tua luz ilumina-me cada vez mais e nela me abrigo da escuridão que me cerca. Que nos cerca a todos os que nesta penumbra nos vamos dizendo vivos ainda que não saibamos o quanto escuros e pequenos somos...

Sabes Princesa, hoje senti-me próximo de todos aqueles que partilham comigo as saudades do teu calor mas estou feliz também por poder atravessar a escuridão sem medo porque te tenho como um farol que me guia.

A ti só peço que me esperes e que continues a iluminar de longe o meu caminho pois eu sei que chegarei...

Poderei assim ser feliz e continuar a sorrir na esperança que me estejas a ver...



AMO-TE TANTO... (mais que ontem e menos que amanhã)

quinta-feira, março 19, 2009

Dias...


Há dias em que uma imagem retrata tudo o que o coração não consegue esconder...
Há dias em que está mais presente em mim o teu mundo...
Há dias em que as nossas mãos se apertam mais um pouco...
Há dias em que te estou mais grato que nunca...

Esses dias são todos os que viver!
Sempre de mão na mão contigo.
Até à eternidade porque o amor...
é eterno...

Obrigado por teres feito de mim Pai!

sexta-feira, março 13, 2009

Seca...


Sinto na boca o gosto do pó
Piso o chão que esconde em fundas rugas a ausência de ti
Rasgo-me nas arestas que me lembram que ainda corre em mim o vermelho vivo
Caminho, por instinto, sem destino...
Calco o pó e avanço até que o vermelho pare de correr e inunde as frestas deste chão que me magoa
Até que o vermelho se funda com o pó e se esbata num chão pisado pela saudade
Sabes princesa, é dificil carregar um corpo que só se assume por metade pois a outra apenas se deixa carregar por puro esforço da primeira...
Preciso de uma chuva de ti
Preciso de correr de boca aberta e de face exposta à água que me envias em gotas refrescantes
Caminho rumo a nenhures sabendo que um dia te sentirei escorrendo pela pele
Sabendo que um dia o pó será derrotado, dissolvido, engolido...

Nem que seja...




por um dia apenas...





terça-feira, março 10, 2009

Queda!


Os homens distinguem-se não pelas vezes que caiem mas pelas vezes que são capazes de se levantar!