sábado, outubro 28, 2006

Aos meus meninos grandes!!!

Há três estrelas neste céu que me fazem sonhar.
Depois dos dois sois que me aquecem, são o que de mais brilhante existe no meu firmamento. São o orgulho do meu canteiro. São todos especiais mas são como trés plantas bem diferentes.

Uma delas é uma rosa.
Linda, com o seu vermelho veludo. É implacável. Com os seus espinhos bem afiados demarca no jardim um espaço bem próprio. Consegue isolar-se de todas as ervas daninhas que povôam o espaço circundante e mantêm uma pose majestática, qual “Cice” entre o povo anónimo. É um caso especial. É uma força serena, mas determinada. Cuidado com ela, não se aproximem sem permissão.

Outro é um arbusto silvestre.
Tenta germinar por entre as sombras. Sempre procurando um raio de sol. Sempre pronto a ser fustigado por mais uma tempestade. Sempre forte, mesmo que marcado pelo preconceito do diferente. É pena as pessoas não perceberem que o diferente pode ser genial. Ainda um dia há-de ser reconhecido como é, silvestre, mas brilhante. Está sempre disponível para renascer com a sua característica mais marcada: a espontaniedade do Ferrão.

O outro, é uma Oliveira.
Uma árvore com os conhecimentos de séculos de existência. Uma árvore onde cada dia conta apenas com vinte e quatro horas e não mais. Um ser que arranca da terra esse azeite que serve para nos iluminar e nos dizer que o caminho é por ali! É um ser que tem que encontrar por si os seus mestres e que foi talhado para resistir a ventos, intempéries e tempestades sempre de pé. Nem sempre orgulhosamente, mas quase sempre de forma heróica. A sua casca, aparentemente forte, mantém um interior saudável.

Todos eles podem contar com aquilo que não me foi transmitido pelo exemplo mas que nasceu pelo coração. Todos eles podem contar comigo. Ontem, hoje ou amanhã, pode até não parecer, mas eu estou por aí.
Sou um puto, como esses putos grandes. Talvez um pouco mais enrrugado, talvez um pouco mais formal, talvez mais lento, ou “ligeiramente” demodé, mas um puto como eles. Sempre um puto para o resto da vida.

P.S.
Desculpem o estilo lamechas, pimba ou reles, mas hoje apeteceu-me!
É que já tenho idade para fazer o que me apetece!
E afinal o blog é meu....

2 comentários:

Celi M. disse...

Uma analogia bestial. Não merece desculpa de qualquer género. Merece um grande parabéns por um texto belissimamente escrito!

cloinca disse...

Olá Alberto!
Em primeiro lugar, não tens nada que pedir desculpa por um estilo "lamechas", quando é o estilo do sentimento puro, do que nos brota da alma...
É como se a tua alma fosse uma nascente: dela jorram palavras cheias de sentido... gotas que juntas se transformam num rio de sentimentos, emoções... e AMOR, muito AMOR, por todos aqueles que te são queridos!
...
Tu a mim não me conheces, mas conheces os meus meninos: o grande e o pequenino! O Carlos e o André...
Ontem o Carlos chegou a casa e falou-me do teu blog, disse-me "Tens que ler Cláudia, tens que ler!".
Cá estou eu... hoje... a ler-te... com uma lágrima no canto do olho, tamanha é a intensidade das tuas palavras!
Como já te disse, não te conheço... mas não imaginava que o "companheiro de lutas" do meu filhote ("eu quero ir bater no Alberto, mamã!! Papá: leva-me pó teu trabalho... quero lutar com o Alberto!"... ih, ih) tivesse este lado oposto, sereno, transparente.
Foi sem dúvida uma agradável surpresa!
Já sabia que eras boa pessoa, a isso agora junto uma grande dose de sensibilidade, emotividade... e muito, muito amor pelos teus!
Gostei de te conhecer um pouco melhor!
Um beijinho grande para ti,
Cláudia

PS: Se puderes um dia destes lê um livro de Brian Weiss, o "Só o amor é real", por exemplo. Foi um livro que me deu grande força numa fase mais difícil da minha vida. Podemos não acreditar totalmente nas teorias que lá estão defendidas, mas tem subjacente uma mensagem de grande esperança... acima de tudo de amor.
Se quiseres empresto-to, e mando pelo Carlos (o Carlos não acredita em nada do que lá está escrito, eu digo que gosto de acreditar... que me faz bem!).
:)