domingo, maio 20, 2007

Liberdade

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar


INSCRIÇÃO
de Sophia de Mello Breyner




Mar, metade da minha alma é feita de maresia

Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.


M A R
de Sophia de Mello Breyner




Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestigio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.


LIBERDADE
de Sophia de Mello Breyner






Marcámos a areia com as nossas pegadas, sabendo que não resistirão à proxima maré e percebemos quão efémera é a nossa passagem. Passeamos por dunas em movimento constante e em ondulada harmonia com o imenso mar.
Sentimos
com cada
onda o chão a estremecer e o ar a encher-se da espuma que cobre com um manto branco a areia molhada.



Palavras avisadas as de alguém que me disse um dia que as coisas que mais gostava eram a LUA, o MAR e a LIBERDADE...
Sempre que passeio junto ao
mar sinto que são autênticas estas palavras.
Quando como ontem, espero junto ao mar pelo último
suspiro do astro-rei e assisto à lenta aparição da linda Lua sinto no odor fresco do vento o sabor salgado da liberdade.

4 comentários:

Lurdes Pereira disse...

Por favor, faz mais passeios à beira mar...Que lindas imagens e que palavras tão cheias de maresia!E...se vires bem, estão lá umas pegadinhas escondidas, nas que tu criaste na areia...
O rasto de quem se ama é revelado nestes momentos de relaxamento...
Beijos de mar...

Moura ao Luar disse...

Eu sou apaixonada pelo mar :-)

Heosphoros disse...

Magnífico!

Abraços de um Lord Louco

Terra disse...

Flash,
Vim agradecer a tua visita.
Volta sempre que quiseres.
Um abraço.