Os instantes que não vivi junto do mar
INSCRIÇÃO
de Sophia de Mello Breyner
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
M A R
de Sophia de Mello Breyner
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestigio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
LIBERDADE
de Sophia de Mello Breyner
Marcámos a areia com as nossas pegadas, sabendo que não resistirão à proxima maré e percebemos quão efémera é a nossa passagem. Passeamos
Sentimos com cada onda o chão a estremecer e o ar a encher-se da espuma que cobre com um manto branco a areia molhada.
Palavras avisadas as de alguém que me disse um
Sempre que passeio junto ao mar sinto que são autênticas estas palavras.
Quando como ontem, espero junto ao mar pelo último suspiro do astro-rei e assisto à lenta aparição da linda Lua sinto no odor fresco do vento o sabor salgado da liberdade.
4 comentários:
Por favor, faz mais passeios à beira mar...Que lindas imagens e que palavras tão cheias de maresia!E...se vires bem, estão lá umas pegadinhas escondidas, nas que tu criaste na areia...
O rasto de quem se ama é revelado nestes momentos de relaxamento...
Beijos de mar...
Eu sou apaixonada pelo mar :-)
Magnífico!
Abraços de um Lord Louco
Flash,
Vim agradecer a tua visita.
Volta sempre que quiseres.
Um abraço.
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