quinta-feira, agosto 28, 2008

...tempo...



Perde-se o tempo por os entre dedos secos de quem já muito esperou e na pele áspera desenham-se em sangue as danças de um sonho desfeito.

Correm as horas por trás do Sol e mostram nas sombras geladas e lentas este teatro oco que cai no abismo de um vazio animado.

Chovem em Abril os dourados Dezembros
da vida e aninha-se de repente em nós a dor da memória.

Rasgam-se os olhos, solta-se o sal de mais uma noite de breu. De um negro cortado por pontos de luz que nos cega de branco e nos ensurdece de silêncios sentidos.

Surge na nuca, ao longe, a cortina ascendente que nos transporta e nos levanta.


Abrem-se os olhos de novo e vencidos pela mágoa assistem indefesos...

Nasce um dia e sobe o astro que aquece, mas por mais que ele nos transporte para novas viagens e nos leve em longas caminhadas épicas jamais nos fará r
eviver o que foi ou reparará o que poderia ter sido...
...
...

...
Até que um dia seja o tempo a cair.
Até que um dia seja o tempo a transformar-se numa ténue memória de si mesmo...


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